Por: Luciane Reis e Adriele do Carmo
A baixa presença de negros na publicidade é uma questão histórica e social, quando o presidente da república veta a divulgação de um vídeo publicitário do Banco do Brasil e exonera o diretor de Comunicação e Marketing do banco, Delano Valentim, por aprovar uma campanha publicitária, marcada pela diversidade de atores e atrizes negros e jovens, ele não está vetando somente uma campanha, ele está novamente relegando a um espaço de inexistência ma população que foi historicamente ignorada.
Ao retirar do ar a campanha publicitária, em um mercado acostumado a valorizar apenas uma vertente étnica e racial, nossa juventude e a sociedade como um todo perde a chance de caminhar para uma mídia mais plural e democrática. O que Bolsonaro faz com esse veto é causar um retrocesso em uma conquista fruto de um luta diária e histórica.
A retirada de uma campanha de um banco público do ar por ela ter uma quantidade de negros “excessiva”, é uma atitude que contribui para perpetuação do racismo e de toda sua face excludente e cruel.
O Brasil se encontra num momento político em que a população, principalmente negra, não pode adormecer. Precisamos nos manter vigilantes e traçar estratégias para nos mantermos vivos, representados e prósperos, pois o racismo não dorme e está sempre pronto para excluir e vetar.
Luciane Reis é publicitária, estuda “ O caminho do dinheiro negro: Da escravidão ao empreendedorismo” no Ciags- UFBA, é idelizadora apresentadora do “ Me Despache” primeiro programa de Tv aberta voltado para educação financeira da população negra na Tv Kirimurê- 10.2, idealizadora do Merc”afro e assessora parlamentar do Vereador Silvio Humberto.
Adriele do Carmo é relações-públicas, produtora cultural e poetisa, pós graduanda em Comunicação em Redes Sociais na UNIFACS, estudante do curso de Fotografia no Teatro Escola Jorge Amado e editora chefe do Merc’afro.